Oi vende participação na portuguesa Pharol

Oi vende participação Pharol

A Oi vendeu sua participação de 10% na empresa portuguesa Pharol. A informação foi comunicada hoje, 6 de junho, pela Pharol, tendo o fechamento do negócio ocorrido ontem, 5 de junho.

Segundo informado, a posição da Oi foi comprada pela Burlington Loan Management DAC, uma sociedade afiliada e aconselhada pela Davidson Kempner European Partners LLP, que passou a deter 19,95% do capital da Pharol.

Valorização de mercado de R$ 31 milhões

O valor da venda não foi informado. A Oi detinha 89.651.205 de ações da Pharol, que é cotada na bolsa Euronext Lisboa. A cotação de fecho de hoje da Pharol foi de 0,0548 euros o que valorizaria as ações, a preço de fecho, em perto de 5 milhões de euros, correspondendo a, aproximadamente, R$ 31 milhões. No entanto, o valor da transação poderá ser superior.

Esta venda não constitui uma surpresa já que a Oi está liquidando os seus ativos não core, seguindo seu plano de recuperação judicial, de modo a reforçar sua liquidez e reduzir sua dívida.

O formulário da autoridade europeia de mercados bolsistas (ESMA – European Securities and Markets Authority) contém a seguinte nota que traduzimos:

“A Oi, S.A.- Em Recuperação Judicial alienou em 03/06/2025 a totalidade da sua participação direta na Pharol SGPS S.A., correspondente a 89.651.205 ações da emissora. A liquidação ocorreu hoje, 05/06/2025.”

A história da relação entre Oi e Pharol

A Pharol SGPS, S.A. (antiga Portugal Telecom, SGPS, SA) teve um papel central na história da Oi desde 2010, devido à sua significativa participação acionária na operadora, na qual chegou a deter 27,5% do capital. O seu envolvimento nos últimos anos foi marcado por uma drástica redução da sua posição acionária, especialmente após os processos de recuperação judicial da Oi.

A situação começou a mudar drasticamente com o colapso do Grupo Espírito Santo e o caso Rio Forte, que gerou um impacto financeiro significativo na Portugal Telecom, afetando a sua posição e liquidez. A partir de 2015, a PT SGPS se renomeou para Pharol, passando a ser essencialmente uma holding financeira com a participação na Oi como seu principal ativo.

Como resultado da primeira recuperação judicial da Oi, aprovada em dezembro de 2017, a participação da Pharol na Oi foi drasticamente diluída. De uma posição de cerca de 27,5%, a porcentagem de participação da Pharol caiu para o entorno de 5%.

Após a primeira recuperação judicial, a Pharol continuou reduzindo a sua exposição à Oi. Em 2022, a Pharol liquidou parte da sua posição, ficando com cerca de 2,20%. Em 2023, essa alienação prosseguiu, culminando em dezembro de 2023 numa participação final de 0,18% da Oi (sem considerar ações de tesouraria).

Atualmente, a participação da Pharol na Oi é considerada residual, e a empresa portuguesa tem procurado se reestruturar e focar em outras atividades.

As ações da Pharol, tal como as ações da Oi, registraram um desempenho trágico para seus acionistas. Desde 2010 a cotação das ações da Pharol cairam de um valor próximo a 10,00 euros para apenas 0,05 cêntimos.

A Pharol registrou em 2024 o primeiro resultado positivo desde 2015, tendo encerrado o exercício do ano passado com um resultado líquido positivo de 24,2 milhões de euros.

Saiba mais sobre Como a Oi poderá enfrentar a dívida de R$ 36 bilhões – O Plano para a dívida da Oi

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


Publicado

em

,