A conclusão, em 8 de agosto, do processo de reestruturação da dívida, previsto no plano de recuperação judicial desta segunda RJ da Oi, começa a impactar positivamente as notas de crédito da companhia (ratings).
O processo de emissão das notes relacionadas ao Novo Financiamento e Roll-Up, inicialmente previsto para 15 de julho, após dois adiamentos, foi finalmente concluído na passada quinta-feira conforme informado pela companhia em comunicado ao mercado. A emissão destas notes estava relacionada aos credores da Opção de Reestruturação I.
A Opção de Reestruturação I é dominada por fundos financeiros internacionais, onde se destaca a PIMCO. Estes credores, que terão o principal papel na reestruturação da companhia, reforçaram o caixa da Oi com um novo financiamento de US$ 505 milhões. Ficarão ainda com 80% das ações da Oi através da conversão de uma parte de sua dívida em capital social da companhia.
Adicionalmente aos credores financeiros, a V.tal subscreveu também um novo financiamento, conforme informado em comunicado da companhia:
“O Novo Financiamento – Terceiros foi subscrito integralmente pela BGC Fibra Participações S.A., afiliada da V.tal – Rede Neutra de Telecomunicações S.A. (“V.tal”) e detida pelos mesmos acionistas controladores da V.tal, em cumprimento ao Termo de Adesão ao Novo Financiamento – Terceiros firmado em 19 de abril de 2024, no valor principal agregado de R$902,6 milhões, reforçando a liquidez da Companhia em R$758,5 milhões, por meio da subscrição e integralização de debêntures de emissão da Companhia, substancialmente nos termos e condições estabelecidos no Anexo 5.4.1 do Plano.”
“Por fim, como resultado da reestruturação dos créditos de Credores Opção Reestruturação I, foram subscritas Notas Roll-Up no valor principal agregado equivalente a USD 1.334,9 milhões, substancialmente nos termos e condições estabelecidos no Anexo 4.2.2.2.1(B) do Plano.”
A companhia informou que dessa maneira, concluiu o processo de reestruturação de sua dívida, “melhorando seu perfil de endividamento e obtendo liquidez adicional, conforme previsto no Plano”.
S&P sobe Nota de Crédito da Oi para “CCC”
Após conclusão da reestruturação da dívida, a S&P emitiu um comunicado subindo a nota de crédito (rating) da Oi de “CCC-” para “CCC”. Na escala brasileira, a agência S&P melhorou a nota de “brCCC+” para “brB”.
Em 29 de maio, a S&P já havia melhorado a nota de crédito da Oi de “D” para “CCC-“, após homologação pelo tribunal do plano de recuperação. Na mesma data, mas na escala brasileira, a nota foi então melhorada de “D” para “brCCC+”.
Em seu comunicado de 8 de agosto a S&P esclarece:
“Em 8 de agosto, a operadora brasileira de telecomunicações Oi S.A. concluiu a troca de dívida aprovada em seu plano de recuperação judicial, resultando em menor dívida bruta. Ao mesmo tempo, acreditamos que a empresa ainda enfrenta desafios operacionais que resultarão em EBITDA negativo em 2024 e 2025.”
“A Oi planeja vender seus clientes de fibra (ClientCo) até meados de 2025 e suas ações da V.Tal até meados de 2026. Usará os recursos para pagar o financiamento DIP da V.Tal e as notas prioritárias, e o restante para pagar antecipadamente as notas roll-up. No final das transações, o ativo restante sob a operação da Oi será principalmente a Oi Soluções, que incluirá serviços de linha fixa, dados, banda larga e TI para empresas.”
A S&P atribuiu ainda nota de crédito “CCC+” às novas notes New Priority, relacionadas ao novo financiamento. Atribuindo ainda uma classificação de recuperação às notes de ‘2’, refletindo a visão de que os detentores de dívida teriam recuperação substancial (arredondada em 85%) em caso de surgimento de um novo cenário de dificuldade.
A agência S&P destaca ainda que, com o plano de recuperação aprovado, a empresa não tem nenhum vencimento de dívida significativo nos próximos 12 meses. Além disso, uma parcela significativa dos seus juros são de capitalização (PIK), apoiando a classificação “CCC”.
É esperado que outras agências revejam em breve suas notas de crédito para a Oi.
Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.
