Oi com Quebra de Receitas e Aumento de Custos registra Prejuízo de R$ 2,7 bilhões – Resultado 1T2024

A Oi publicou ontem, dia 8, os resultados do primeiro trimestre de 2024. Com quebra de receitas e aumento de custos, a companhia apresentou um prejuízo bilionário de R$ 2,7 bilhões.

Quebra de Receitas – Oi Fibra e Oi Soluções Preocupam

As receitas líquidas totais da Oi caíram 4,6 % face ao 4T 2023, para R$ 2,199 bilhões. Comparando com o 1T 2023 a quebra é ainda superior, registrando -13,3%.

De entre as receitas, causa preocupação a estagnação das receitas da Oi Fibra. O negócio core da companhia não tem apresentado capacidade de crescimento. A receita Oi Fibra foi de 1,1 bilhão, abaixo do 1T 2023 e em linha com o 4T 2023.

A Oi Soluções, que será o negócio principal da Oi após venda da Oi Fibra, registrou uma quebra de 12,1% face ao último trimestre de 2023, caindo de R$ 540 milhões para R$ 475 milhões. Considerando que este será o novo negócio core da empresa, este resultado não é tranquilizador.

A companhia justifica a quebra da Oi Soluções: “A dinâmica do segmento vem sendo continuamente afetada pela mudança estrutural no setor, com a tendência de redução da demanda de serviços tradicionais, baseados em tecnologia de cobre. Além disso, em linha com os objetivos de rentabilidade para o segmento, a Companhia vem adotando uma abordagem comercial mais seletiva em processos concorrenciais, em busca de margens saudáveis”.

Oi Fibra Estagnada em 4 milhões de clientes

A Oi Fibra vem perdendo clientes (casas conectadas) desde o segundo trimestre de 2023. Durante o ano de 2023, o número de clientes Oi Fibra estagnou, confirmando a incapacidade de crescimento no negócio core da empresa.

No primeiro trimestre de 2024, pela primeira vez, parece existir uma inversão da tendência, com um ligeiro crescimento de 16 mil casas conectadas. Esperamos que seja uma verdadeira inversão da desastrosa tendência, conforme o nosso gráfico abaixo demonstra.

Outro ponto de atenção é a fraca expansão das Casas Passadas pela V.tal. No primeiro trimestre de 2024 o número de Casas Passadas cresceu apenas 88.642 para 22,2 milhões. Importa saber qual o impacto da fraca expansão da V.tal no crescimento de Casas Conectadas da Oi.

Crescimento de Custos – Custo com V.tal cresce 26% A/A

No lado dos custos, a linha Aluguel e Seguros, onde se registra o custo com a utilização da rede da V.tal e que representa praticamente metade do custo total, registrou um crescimento ano contra ano de 25,9% e de 16,9% comparando com o último trimestre. O valor do custo desta linha é de R$ 1,085 bilhão.

A questão que fica é como é possível o custo com a V.tal crescer, depois de terem sido negociadas melhores condições em troca de uma redução da participação da Oi na V.tal, e como cresce este custo 25,9% se o número de clientes Oi Fibra está estagnado nos 4 milhões.

A Oi justifica na página 7 da Release de Resultados 1T2024: “Cabe destacar que, como reflexo das iniciativas de eficiência e do atual modelo operacional da fibra, que viabiliza o crescimento através do aluguel de infraestrutura, em substituição ao investimento próprio, o total de capex e opex apresentou uma redução conjunta de 0,4% A/A e 2,1% T/T no 1T24”.

Não será uma vergonha justificar uma redução de 0,4% de CAPEX e OPEX quando isso custou à empresa perder a V.tal a troco de quase nada?

Os custos totais da operação brasileira foram de R$ 2,4 bilhões, registrando um crescimento de 3,1% face ao 1T2023 e uma ligeira quebra de 0,3% face ao 4T2023.

Prejuízo de R$ 2,7 bilhões

O resultado líquido apresentado pela companhia no 1T2024 é negativo em R$ 2,7 bilhões.

Segundo informado pela Oi na página 8 da Release de Resultados “No 1T24, o EBITDA de rotina das operações brasileiras totalizou um consumo de R$201 milhões, apresentando piora na comparação anual e trimestral. Em linha com períodos anteriores, o desempenho do EBITDA de rotina foi resultante principalmente da queda acelerada das receitas dos serviços não core, em especial pela dinâmica dos serviços baseados na tecnologia de cobre, dadas as atuais limitações regulatórias para a gestão de sua rentabilidade, e pela estabilização do crescimento da fibra ao longo de 2023, impactado pelo cenário macro e competitivo, além da evolução anual nos custos com infraestrutura de fibra”.

O Resultado Financeiro Líquido foi um dos fatores que mais penalizaram o Resultado Líquido, conforme justifica a companhia: “O resultado financeiro líquido totalizou despesas de R$2,4 bilhões no 1T24, apresentando um aumento na comparação A/A e no T/T. Nos comparativos trimestral e anual, o crescimento das despesas foi explicado (i) pela dinâmica da variação cambial, com desvalorização do Real frente ao Dólar de 3,20% no 1T24 versus a valorização de 3,32% no 4T23 e de 2,63% no 1T23, refletida nas linhas de resultado cambial de empréstimos e financiamentos e de outras receitas e despesas, em função das obrigações onerosas em moeda estrangeira; e (ii) pela captação das tranches do financiamento DIP, entre o 2T23 e 1T24, resultando em maiores despesas de juros com empréstimos e financiamentos.”

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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