Conheça os Novos Milionários da Oi – R$ 40 Milhões para Diretores com Novos Bônus

Após questionamento em assembleia geral de credores sobre os bônus milionários pagos ao conselho de administração e diretoria da Oi, relacionados com a venda dos ativos da primeira recuperação judicial (RJ) – Oi Móvel e V.tal – com o nome Incentivo por Processos de Desinvestimento, novos bônus milionários estão chegando.

Tem coisas em que a Oi é muito lenta, mas para outras demonstra uma agilidade notável. Ainda o plano de recuperação judicial aguarda homologação pela justiça e já a Oi está avançando com nova remuneração milionária de seus diretores.

Recorde as Matérias Recentes sobre os Bônus:

A situação da Oi é muito delicada, conforme a própria administração e diretoria vêm afirmando publicamente e junto da justiça. Acionistas estão perdendo a maioria de seu investimento com a evolução da cotação das ações e credores terão uma perda muito elevada com o plano de recuperação aprovado (PRJ). A Oi saiu de uma RJ para outra, ficando bem próximo da falência. Porém, isso não parece ser razão suficiente para que os diretores não sejam remunerados de forma milionária. Ainda que sejam os mesmos diretores que trouxeram a companhia à situação atual.

R$ 40 Milhões para 3 Diretores Estatutários

Segundo informado pela companhia no “Manual para Participação e Proposta da Administração” para a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, agendada para o próximo dia 10 de maio, o conselho de administração da companhia propõe pagar mais de R$ 40 milhões em 2024 aos 3 diretores estatutários.

E quem são os 3 diretores estatutários? Na página 21 do documento temos a resposta: Mateus Affonso Bandeira, Cristiane Barreto Sales e Rogério Takayanagi.

E porque pagar bônus pela venda de ativos já causou “tumulto”, desta vez os bônus têm outras motivações: Programa de Retenção de Executivos e Premiações Extraordinárias relativas aos Projetos Transformacionais e de Desinvestimento.

A primeira questão que surge é: Os acionistas querem mesmo manter estes executivos? Faz sentido pagar para reter quem trouxe a companhia à situação atual? Deixamos a resposta ao critério de cada leitor e o voto com cada um dos acionistas.

Além disso, não será uma vergonha propor bônus milionários na situação atual da companhia, quando acionistas e credores sofrem pesadas perdas e com fracas perspectivas de recuperação?

Na tabela abaixo, incluída na página 126 do documento de participação na assembleia de acionistas, estão detalhados os valores de remuneração do Conselho de Administração, Diretoria Estatutária e Conselho Fiscal. Os 3 membros da diretoria estatutária têm previstos, nada mais nada menos, do que R$ 40 milhões.

A Justificação para a Premiação Milionária

No documento apresentado, o conselho de administração justifica a necessidade dos bônus (página 118):

Remuneração Extraordinária:
“Dada a extrema complexidade e relevância dos projetos transformacionais em curso para a sustentabilidade da Oi, o Conselho de Administração entendeu ser necessário estruturar programas extraordinários de incentivos condicionados ao sucesso e conclusão de tais projetos, relacionados a monetização de ativos, concepção e aprovação do novo plano de recuperação judicial e otimização acelerada da estrutura de custos dos negócios legados. A estes motivos, somou se o notório desafio de retenção dos profissionais em circunstâncias extremamente desafiadoras e com alto grau de incertezas.
Esses programas de incentivo têm como objetivo reconhecer que os projetos transformacionais exigem um esforço extraordinário dos executivos envolvidos. Além de executar os projetos aqui mencionados, cumprindo rigorosamente os cronogramas aprovados, é necessário manter a operação com alto padrão de execução, enquanto se processam os trâmites necessários desde a concepção até as aprovações legais.”

O Programa Especial de Retenção vem também justificado no documento:

Remuneração Extraordinária de Retenção:
“Diante do atual momento de profunda transformação cultural e do negócio, a Companhia ainda terá pela frente importantes desafios relativos à sua sustentabilidade, incluindo o crescimento das operações de fibra, a contínua busca pela eficiência, simplificação e redução de custos, e o equacionamento definitivo da concessão e operações legadas. Como parte dessa transformação em busca de uma empresa sustentável, em um ambiente de muitas incertezas e com alto grau de desafios, o Conselho de Administração entendeu ser necessário estruturar um Programa Especial de Retenção, com o objetivo de reconhecer e reter pontualmente as posições mais críticas da alta liderança da Companhia, pelo papel relevante e diferenciado neste momento de transformação e construção da Nova Oi.
Este Programa foi desenhado considerando as melhores práticas de mercado e preconiza a retenção dos executivos por um prazo determinado de acordo com o grupo de atuação e criticidade da posição para a Companhia, podendo ser de 24 (vinte e quatro) ou 12 (doze) meses dependendo do grupo. Os targets definidos também foram nivelados de acordo com os respectivos grupos de atuação e criticidade da posição, sendo que o pagamento será realizado em 2 (duas) parcelas. Com a aprovação da Verba Global na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 04 de julho de 2023, a implementação deste Programa Especial para a Diretoria Estatutária e o pagamento da primeira parcela foi realizado e reconhecido no resultado da Companhia, conforme reportado no item 8.2 deste Formulário de Referência, no exercício de 2023 e na Proposta da Verba Global para o exercício corrente.”

A justificação para o bônus refere a “construção da Nova Oi”. , mas a Nova Oi não era a estratégia focada na fibra? Aquela que os mesmos executivos querem agora vender porque, afinal, é deficitária em R$ 600 milhões ao ano? Aquela estratégia que também pagou bônus milionários mas que, afinal, não deu certo?

Credor e Acionista prepara envio dos Bônus para a CVM

Tentámos conhecer a opinião do credor e acionista português que levou a questão dos bônus milionários à assembleia de credores. Fonte próxima informou que estes novos bônus são simplesmente a continuação do que vem acontecendo numa empresa sem um dono e sem um acionista controlador. O credor e acionista está preparando o envio da questão dos bônus anteriores para a CVM, o que deverá acontecer brevemente. Pode demorar dez anos para a CVM chegar numa conclusão, mas existe muito para explicar. Além do direito aos bônus, a fórmula e os valores utilizados no cálculo têm que ser analisadas.

O credor e acionista aguarda ainda para ver se, na votação da assembleia geral de acionistas, surge um qualquer banco “travesti”, vestido com outra “roupa”, para aprovar estas propostas. Nada que não tenha já acontecido e que será alvo de seguimento devido num futuro próximo.

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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