BTG investe 160 milhões de Euros em Portugal: Projeto Pode Enfrentar Dificuldades – Investidores europeus da Oi prometem acompanhar

O banco BTG Pactual, segundo informações do site NeoFeed, adquiriu um hotel de luxo em Portugal localizado em Cascais. O hotel The Oitavos, entre aquisição e retrofit, representa um investimento de 160 milhões de euros. O banco deverá reformar o hotel, reduzindo para 80 o número de quartos e criando residências de luxo para venda que custarão entre 2,5 milhões e 8 milhões de euros.

As centenas de investidores europeus na Oi, credores e acionistas, olham com atenção os investimentos do BTG na europa. Portugueses, italianos, espanhóis e muitos outros, tal como os brasileiros, amargam pesadas perdas em seus investimentos na Oi. Além disso, não esquecem o papel do BTG no destino da Oi.

Investidores da Oi Interessados em Acompanhar

Para um investidor português, credor e acionista da Oi, será muito interessante acompanhar esse investimento do BTG. Ele afirma que, por coincidência, é um interessado na região, o Parque Natural de Sintra-Cascais, que é uma área protegida em Cascais, e vai querer acompanhar de perto o projeto. Refere ainda ser importante assegurar que o projeto valoriza a região e contribui para a melhoria do impacto ambiental.

A construção na região, tratando-se de uma área protegida, tem bastantes restrições. As organizações de defesa ambiental e os cidadãos têm demonstrado fortes preocupações e procurado evitar a construção nesta área. Há não muito tempo, a QUERCUS – uma organização ambiental portuguesa defendia publicamente:

“Não se compreende que depois de tanta discussão pública em torno da Agenda Local XXI para o Município de Cascais que preconiza um Desenvolvimento Sustentável, sejam aprovados complexos turísticos que alteram totalmente a paisagem de um apreciável continuum naturale que vai do Norte da Areia até ao Sul, terminando em zona abrangida pelo POOC, e onde manchas notáveis de pinheiros mansos (protegidos por regulamento municipal) poderão estar condenados a desaparecer.”

São vários os cidadãos e as organizações ambientais preocupadas com os projetos imobiliários na região. O Movimento Cívico em Defesa do Parque Natural de Sintra-Cascais com as associações LPN, QUERCUS, GEOTA, OLHO VIVO, GEC, além de cidadãos em geral, são alguns exemplos.

Uma vez que é uma construção numa área protegida, exige um processo de licenciamento em território com inúmeras condicionantes e obrigatoriedade de pareceres vinculativos de diferentes entidades. O processo poderá levar vários anos a ser concluído.

O Parque Natural de Sintra-Cascais, segundo o ICNF, tem como objetivos: “A conservação da natureza, a proteção dos espaços naturais e das paisagens, a preservação das espécies da fauna e da flora, a manutenção dos equilíbrios ecológicos e a proteção dos recursos naturais, além de constituírem objetivos de interesse público de âmbito municipal, extravasam claramente esse âmbito e justificam medidas de proteção adequadas a uma zona que constitui património nacional”.

Demolição ou Substituição por Bungalows

Fontes com preocupações ambientais na região afirmam que o ideal seria a demolição do hotel, terminando com a ocupação de um espaço onde não deveria existir construção, porém, caso isso não seja possível, a redução da área de construção e a mudança para uma construção em madeira, por exemplo, como bungalows seriam uma possibilidade mais adequada.

BTG defende benefícios ambientais e sociais

A preocupação ambiental faz parte da Política de Responsabilidades Social, Ambiental e Climática do BTG Pactual. Nela podemos ler: “Desenvolvemos novos produtos de maneira a que, além de propiciar retornos financeiros, tragam benefícios ambientais e sociais para a sociedade” e “Trabalhamos de forma responsável com os nossos clientes, visando incentivar práticas sustentáveis que possibilitem prosperidade e um meio ambiente ecologicamente equilibrado, em benefício das atuais e das futuras gerações”.

O investidor português da Oi afirma que, mais do que os anos que possa demorar a encontrar e aprovar o projeto ideal, o importante é garantir que o projeto tem a qualidade que a região merece e respeita toda a envolvente ambiental e social. Aliás, de acordo a política de responsabilidade do banco, a preocupação ambiental é também uma prioridade do BTG. Mesmo que demore 20 anos, no interesse de todos, vamos contribuir para um projeto melhor.

O BTG totaliza investimentos imobiliários de 500 milhões de euros em Portugal e, segundo a notícia do NeoFeed, está procurando mais investimentos em Portugal e na Espanha.

Na opinião de outro investidor, deveriam constituir uma associação de investidores europeus da Oi. Há muito que pode ser feito e o acompanhamento dos investimentos do BTG na Europa deveria ser parte da ação.

Câmara Municipal de Cascais Investigada em Negócios Imobiliários

A Câmara Municipal de Cascais tem estado debaixo de fogo em relação a investimentos imobiliários. Há poucas semanas, a Polícia Judiciária, um equivalente à Polícia Federal no Brasil, efetuou buscas na sede do município após suspeitas levantadas pelo Tribunal de Contas num negócio imobiliário com uma empresária chinesa. Com toda esta situação, será de esperar que novos projetos tenham uma análise muito rigorosa, podendo aumentar o tempo de aprovação.

Residências de Luxo Não São Desejadas

Um ponto que poderá ser problemático é a intenção do projeto em criar 40 residências de luxo, com um preço entre 2,5 milhões e 8 milhões de euros.

Muitos países europeus enfrentam um problema grave de habitação com preços de compra demasiado altos para o poder aquisitivo da classe média e com preços de aluguel incomportáveis sobretudo para os mais jovens. Existe muita contestação social e os governos têm tentado conter o problema.

Em Portugal, o parlamento aprovou em 2023 o fim dos vistos gold – vistos destinados a investidores estrangeiros em imobiliário – com o objetivo de combater a especulação imobiliária. À época, o primeiro-ministro António Costa, detalhou que, “dos cerca de cerca de 11 mil e tal vistos gold concedidos (…), mais de nove mil foram única e exclusivamente dedicados a investimentos imobiliários”.

Banco de Espanha culpa estrangeiros com alto poder aquisitivo pelo aumento dos preços

Na Espanha, o Banco de Espanha, “culpa” os estrangeiros não residentes pelo aumento dos preços da habitação. O último relatório anual do Banco de Espanha, afirma que a chegada de estrangeiros não residentes ao país europeu para comprar casa é uma das principais causas para o aumento dos preços no país, seja para aquisição ou arrendamento, segundo publica o jornal “El Economista” no sábado 27 de abril. Os estrangeiros residentes e não residentes no país representaram 19,3% das vendas em 2023 e fizeram transações com um preço de 62,5% acima do que os residentes pagam em média. No primeiro semestre do ano passado os investidores internacionais compraram habitação a um preço médio de 2.600 euros/m2, com os residentes a gastarem 1.600 euros/m2. “Esta demanda caracteriza-se por disporem de um elevado poder aquisitivo em termos relativos”, ressalta o relatório do Banco de Espanha.

Saiba mais:

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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