Com a assembleia geral de credores suspensa até dia 25 de março, as negociações com os credores prosseguem. Ontem, dia 13 de março, a Oi comunicou aos acionistas e ao mercado em geral que, no contexto das negociações referentes ao plano de recuperação judicial, apresentou a um conjunto de credores financeiros novos termos e condições.
Estes credores, com as quais a Oi continua negociando, são compostos pelos principais Bondholders 2025, ECA’s e os credores do empréstimo DIP. A Oi informa ainda não ter fechado o acordo com este grupo de credores prosseguindo com a negociação:
“Até este momento, não se chegou a um acordo definitivo sobre os termos do Plano, e as partes pretendem continuar as negociações sobre a Reestruturação Financeira a fim de alcançar uma solução satisfatória para todas as partes interessadas na Recuperação Judicial.”
As Novas Condições
Entre as principais modificações registram-se mudanças na Opção 1 – destinada a credores que aportem dinheiro no Novo Financiamento. O montante destinado à conversão da dívida Roll-Up passa de R$ 3,5 bilhões com mais R$ 2 bilhões opcionais, para um total de R$ 6,75 bilhões, sendo repartidos em duas tranches, uma de R$ 4 bilhões e outra de R$ 2,75 bilhões. Segundo informação compartilhada, a segunda tranche será suportada apenas no pacote de garantias. A versão anterior previa uma emissão adicional de notes Roll-Up, no valor máximo adicional de R$ 2 bilhões, dependente da possibilidade de a UPI V.Tal e/ou a UPI ClientCo ser(em) alienada(s) por um montante agregado igual ou superior a R$ 15,3 bilhões.
Resumindo, no crédito Roll-Up é aumentado o valor de conversão de R$ 3,5 bilhões para R$ 4 bilhões e o adicional passa de R$ 2 bilhões para R$ 2,75 bilhões, ou seja, há um aumento do valor de conversão global previsto de R$ 5,5 bilhões para R$ 6,75 bilhões.
Conheça as Condições previstas na versão anterior do plano:
O Novo Financiamento – Dinheiro Novo, mantém o valor total previsto de US$ 650 milhões, mas tem uma clarificação nos valores destinados a credores, que ficam limitados a US$ 450 milhões, sendo os restantes US$ 200 milhões destinados a credores não elegíveis à Opção 1, o que se subentende seja destinado aos credores do DIP que não sejam credores elegíveis para votação na AGC. Os financiadores do DIP, que convertam o crédito DIP no Novo Financiamento – Dinheiro Novo, receberão uma taxa de 15%.
Os credores do DIP devem ainda confirmar o seu compromisso de rolagem do DIP em Dinheiro Novo antes da Assembleia Geral de Credores e confirmar o compromisso de aceitação da Opção 1.
Caso se concretize a conversão do DIP em Dinheiro Novo, ficando tomada a quase totalidade do crédito previsto, uma vez que a Dívida Roll-Up será proporcional à alocação de Dinheiro Novo, esta Opção será pouco atrativa para outros credores que não os do crédito DIP.
Os valores da Opção 1 não convertidos no crédito Roll-Up serão convertidos em ações, mantendo a alocação prevista de 80% do capital da Oi.
A Opção 2, destinada a credores que não efetuem um novo aporte de dinheiro no Novo Financiamento, mantém as duas componentes previstas: conversão de 8% em nova dívida com vencimento em 2044 e conversão do restante em Títulos Participativos com amortização pelo recebimento de 50% do lucro líquido pós pagamento dos principais créditos da companhia.
Aparentemente, a Opção 3 será removida do plano, até porque, seria redundante face à Opção 2 e ao Pagamento Geral. Os credores que não exerçam a sua opção de pagamento por uma das Opções previstas cairão na modalidade Pagamento Geral.
O Blow-out prevê ainda as seguintes condições para Credores Não Financeiros que apoiarem ao plano:
- Torres
- Até dezembro de 2025: diferimento de 60% / desconto de 20%.
- 2026 / Primeiro semestre de 2027: 45% de desconto.
- Após primeiro semestre de 2027: rescisão antecipada sem penalidades.
- Seleção de torres/terreno a considerar.
- Satélites
- Até janeiro de 2025: diferimento de 20% / desconto de 60%.
- Fevereiro de 2025 / Primeiro semestre de 2027: 60% de desconto.
Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.
