Várias vezes escrevemos aqui sobre as evidências de falta de rentabilidade da Oi Fibra devido ao seu custo demasiado alto. A resposta chegou com o novo plano de recuperação judicial com data de 5 de fevereiro.
No Laudo Econômico-Financeiro anexo ao novo plano podemos ler “A unidade de fibra impacta o LAJIDA negativamente em cerca de R$ 600 milhões ao ano em 2023 e 2024” (página 166 do documento ou 43 do laudo). Afinal, a aposta da Oi em vender seus ativos e orientar a estratégia para a Oi Fibra não deu certo. Infelizmente, as nossas desconfianças relativamente aos custos com a V.Tal estavam certas. Após ter vendido a sua rede de fibra, o seu melhor ativo, a Oi assumiu custos com a operação que são maiores do que toda a receita dos seus 4 milhões de clientes de fibra.
Com o novo plano fica também mais claro o futuro da Oi. Venderá o negócio de fibra e a participação na V.Tal para pagar parte da dívida. Resultará uma empresa bem mais pequena, com uma receita significativamente menor e focada na Oi Soluções, ou seja, em serviços corporativos de tecnologia da informação e comunicação.
E a venda de ativos também traz surpresas. Teremos mais uma diluição da participação da Oi na V.Tal – aquela que deveria ser de 49% segundo o primeiro plano de RJ. Segundo a EY e conforme o Laudo: “A Oi prevê uma diluição adicional durante o exercício de 2025, resultando em uma participação remanescente de 17% na V.Tal“. Quanto a valores, o mínimo previsto para alienação da participação na V.Tal será de R$ 8 bilhões e de R$ 7,3 bilhões para a ClientCo – a unidade de fibra.
Enquanto acionistas da Oi sentimo-nos enganados!
No lado positivo, temos a diluição prevista de acionistas que, tal como na versão do plano apresentada em maio, se mantém nos 80% (positivo apenas por não ser pior!) e o corte da dívida que será bem maior do que o previsto no primeiro plano. No entanto, conforme informado pela Oi, as negociações com credores ainda não estão fechadas e poderão trazer alterações.
A Assembleia Geral de Credores (AGC) do Grupo Oi, já foi agendada pelo tribunal, em modalidade presencial, para os dias 05 de março – em primeira convocação – e 11 de março em segunda convocação.
Em breve traremos mais detalhes sobre a última versão do plano de RJ.
Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.
