Um pequeno passo poderá ser suficiente para definir a viabilidade e, portanto, o sucesso ou insucesso da Oi nesta segunda recuperação judicial (RJ).
Acordo com ANATEL e TCU
Várias ações importantes estão sendo discutidas e avançando, contribuindo positivamente para que a Oi possa se recuperar. Uma solução de consenso está sendo trabalhada com ANATEL e TCU para resolver o problema da sustentabilidade econômica da concessão e a migração do modelo de concessão para autorização. Este fator é fundamental para liberar a Oi dos encargos de um regime desatualizado, que já não atende o interesse público, e vem penalizando as contas da Oi há muitos anos.
Corte de Dívida
Em maio, a Oi anunciou um pré-acordo com os credores, permitindo um aporte de novo dinheiro na companhia e um corte na sua dívida financeira para, aproximadamente, metade da dívida atual. Esta componente é também fundamental para tornar viável o perfil de endividamento da Oi.
As negociações não estão ainda encerradas e, aparentemente, existem divergências entre credores e Oi, mas Rodrigo Abreu, na conferência de apresentação de resultados do 3º trimestre, afirmou esperar concluir o plano final de RJ até o final do ano.
O Passo Que Falta
Com todos esses fatores fazendo o seu caminho num sentido positivo, existe um fator fundamental que está faltando. E esse passo não é diferente do que acontece com todas as outras recuperações judiciais (RJ) de empresas em situação difícil, mas que conseguem se recuperar e alcançar o sucesso. É o que separa a falência de uma RJ bem sucedida.
Nenhuma empresa se recupera sem conseguir um operacional positivo, ou seja, sem gerar caixa suficiente para pagar os custos de sua operação e seu serviço de dívida. Numa empresa que demonstre viabilidade operacional é possível conseguir a adesão de credores e demais stakeholders para a recuperação.
E esse é o passo que falta na Oi. Com 4 milhões de clientes de fibra a Oi não gera resultado positivo. Ainda que esse número devesse ser maior, conforme o plano comunicado pela Oi no blow out, com 4 milhões de clientes a operação de fibra da Oi poderia ser positiva. Bastaria que os custos fossem menores e, no lado dos custos, um deles é o fundamental para a viabilidade: o custo com a V.tal.
Para se recuperar a Oi tem que negociar o custo com a V.tal. Só com um contrato justo e equilibrado, que permita alcançar um resultado positivo, a Oi poderá se recuperar. Ninguém vai colocar mais dinheiro numa empresa que continue deficitária, consumindo caixa, e sem perspetiva de gerar resultados positivos.
É esse o pequeno passo que falta para salvar a Oi: Renegociar um custo viável com a V.tal.
Se esse passo não for dado, permitindo que a Oi se recupere, ficará clara a intenção dos controladores da V.tal.
Recordamos que no 3º trimestre de 2023, a Oi apresentou receitas de R$ 2,4 bilhões e custos de R$ 2,7 bilhões, resultando num EBITDA de rotina negativo em R$ 300 milhões. Abaixo os detalhes de Receita e Custos extraídos dos resultados da Oi:
Recorde o que escrevemos após a apresentação de resultados do 2T sobre o custo com a V.tal: Surpresa! Custo da Oi com V.tal é superior a toda a receita Oi Fibra – Tente entender porque nós não entendemos
Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.
