Resultados Oi 3T 2023 – Acionistas Querem Respostas

Os resultados divulgados pela Oi para o terceiro trimestre revelam estagnação do lado operacional. Encontramos os mesmos problemas que temos vindo a apontar, com incapacidade de crescimento no negócio de fibra e um valor muito alto de custos, sobretudo com a V.tal.

É fundamental que a Oi entregue resultados positivos e gere caixa.

Nesta matéria não vamos entrar na análise detalhada dos resultados. Pretendemos que amanhã, na conferência de apresentação de resultados, a Oi forneça respostas aos seus acionistas para quatro questões que deixamos abaixo.

Apelamos aos acionistas, que entendam apoiar o nosso questionamento, para enviarem amanhã estas questões à Oi. Sabemos que a Oi gosta de evitar algumas perguntas, selecionando aquelas às quais responde, por isso, quanto mais acionistas enviarem estas questões maior força terão.

No caso de a Oi não esclarecer os seus acionistas, que têm o direito de ter as suas questões respondidas, deverão enviar reclamações à CVM.

Pergunta 1 – Custo com a V.tal

Em agosto questionámos a Oi relativamente à redução da participação na V.tal. A resposta da Oi foi que essa redução se devia “a aplicação e apuração de condições mais favoráveis para a Oi no contrato da fibra, negociadas no fechamento da operação de venda parcial da UPI InfraCo, conforme divulgado ao mercado através de Fato Relevante em 09/06/2022“.

Analisando as contas do 3T2023, contrariamente ao esperado, vemos um crescimento do custo da linha Aluguel e Seguros – onde se registram os custos com a V.tal.

Na release de resultados lemos:

“O EBITDA de rotina das operações brasileiras fechou o 3T23 negativo em R$330 milhões, apresentando redução na comparação anual e trimestral, impactado, principalmente (i) pela aceleração na queda das receitas de serviços legados, incluindo TV DTH, sem contrapartidas proporcionais em eficiência, dadas as atuais limitações do arcabouço regulatório; e (ii) pelo crescimento dos custos de aluguel de rede, para suporte ao crescimento da operação de fibra, decorrentes do modelo operacional iniciado em jun-22.

Tendo esta linha de custo aumentado 12,7% para R$1,1 bilhão, face ao trimestre anterior, sem que o número de casas conectadas tampouco tenha crescido, tendo mesmo reduzido, como explicam este aumento de custo e onde estão as “condições mais favoráveis para a Oi no contrato da fibra”?

Pergunta 2 – Estagnação da Fibra

A expectativa comunicada pela Oi no blow out (abril de 2023) seria de fechar o ano de 2023 com 4.725 milhões casas conectadas. Com três meses para o final do ano, o número de casas conectadas está estagnado em 4 milhões, tendo mesmo decrescido neste terceiro trimestre. Ressaltamos ainda que o mercado de banda larga por fibra registrou crescimento neste período.

Como explicam esta incapacidade de crescimento do número de clientes Oi Fibra? Quais as previsões para o final do ano?

Com uma receita de R$1,1 bilhão no trimestre e custos de Aluguel e Seguros que, apesar de não serem apresentados por segmento, igualam toda a receita do segmento Oi Fibra, a operação de Fibra é rentável para a Oi ou os custos com a V.tal inviabilizam a margem da operação?

Pergunta 3 – Plano de Recuperação

A primeira versão do plano foi apresentada em maio. Desde essa altura não temos tido quaisquer notícias de avanços nas negociações.

Que diferenças poderemos esperar face à primeira versão do plano apresentada em maio, nomeadamente com relação a: aporte de dinheiro novo; redução de dívida; diluição de capital/conversão de dívida; venda de ativos?

Quais as principais razões da demora nas negociações com os principais credores financeiros?

Existiu algum avanço na negociação com os bancos locais ou as negociações continuam avançando apenas com os credores detentores de bonds e ECA’s?

Pergunta 4 – Que estratégia para a Oi depois da venda de ativos?

Com a antecipação do processo de venda da ClientCo, vendendo parte ou todo o seu negócio de fibra, em que negócio/estratégia iria a Oi suportar a sua viabilidade de longo prazo?

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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