Oi: Ações dos Credores deverão ser Cotadas nos EUA

O plano de recuperação judicial da Oi, já apresentado, prevê a conversão de uma parte da dívida atual dos credores financeiros em até 80% das ações da Oi. Essa conversão deverá corresponder, aproximadamente, a R$ 15 bilhões. Os atuais acionistas ficarão com ações correspondentes a 20% do capital da companhia.

A nossa previsão é que a concretização da conversão da dívida atual em nova dívida e em ações, prevista no plano de recuperação judicial, ocorra no primeiro trimestre de 2024.

No plano de recuperação apresentado pela Oi não existe detalhamento relativo a alterações à estrutura de capital da companhia, porém, acreditamos que possa existir alguma reorganização com a emissão das ações a atribuir aos credores.

Credores Estrangeiros Deverão Optar por Ações Cotadas nos EUA

Recordamos que a maioria dos credores financeiros, bondholders e ECA’s, são estrangeiros e deverão optar por receber a nova dívida em USD e a componente de conversão em ações da Oi em títulos cotados em dólares norte-americanos na bolsa de Nova Iorque (NYSE). Isso mesmo já aconteceu durante a primeira recuperação judicial e, apesar de não estar explícito nesta versão do plano apresentada, é expectável que a mesma opção seja seguida na forma de ADR’s (American Depositary Receipts) que são títulos representativos de ações da Oi mas cotados na bolsa de Nova Iorque.

Em 2022 a Oi retirou os seus ADR’s de listagem na NYSE, deixando que apenas continuassem a ser transacionados em mercado de balcão (OTC – over-the-counter). Com a emissão de novas ações, é esperado que a Oi submeta novamente um pedido para listagem dos seus ADR na New York Stock Exchange, assim como, promova uma reorganização dos ADR existentes que ficaram desenquadrados com o agrupamento ocorrido nas ações cotadas na bolsa de São Paulo.

Recordamos o fato relevante divulgado pela Oi em 14-2-2022:

“Oi S.A. – Em Recuperação Judicial (“Oi” ou “Companhia”), em continuidade às informações contidas nos Fatos Relevantes divulgados em 1º de Outubro de 2021 e 28 de Outubro de 2021, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que, a partir de hoje, tornou-se efetivo o cancelamento do registro da Companhia perante a U.S Securities and Exchange Commission (“SEC”).

Conforme informado anteriormente, suas ADRs ordinárias e preferenciais estão sendo negociadas no mercado de balcão nos Estados Unidos sob o código de negociação “OIBZQ” e OIBRQ, respectivamente.”

O que são ADR?

Os ADR – American Depositary Receipt – são certificados emitidos por instituições financeiras norte-americanas, transacionados em bolsa norte-americana e que representam ações de empresas estrangeiras, conferindo ao investidor os mesmos direitos que um detentor da ação original.

Os ADR possibilitam que um investidor internacional, através da bolsa de Nova Iorque, tenha acesso a ações de empresas de outros países. Podem ainda ser uma forma de captar recursos no mercado bolsista dos EUA ou de aumentar a liquidez dos seus papéis quando se referenciam em títulos já emitidos.

Quais os ADR da Oi?

A Oi possui atualmente dois ADR correspondentes a ações ordinárias (OIBR3) e a ações preferênciais (OIBR4) que são negociados com os códigos: OIBZQ e OIBRQ. Estes ADR não foram ajustados aquando do agrupamento de 10:1 realizado no início desde ano em OIBR3 e OIBR4.

Recordamos o comunicado da Oi em 6-1-2023:

“Alteração na Proporção dos ADRs: Em virtude do Grupamento, a instituição financeira depositária dos American Depositary Receipts (“ADRs”) representativos de ações da Companhia, o Bank of New York Mellon, efetuará, em 11 de janeiro de 2023, as alterações nas proporções das ações de emissão da Companhia na forma de American Depositary Shares (“ADSs”), de modo que cada ação ordinária passará a representar 2 ADSs ON, enquanto uma ação preferencial será equivalente a 10 ADSs PN.

É preciso atenção ao analisar as cotações destes ADR divulgadas pois como são negociadas em mercado de balcão, nem todas as transações são reportadas no sistema de cotação e, portanto, a cotação informada poderá não ser a mais atualizada/real.

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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