Oi: Bancos obrigados a aceitar Acordo e Oi Móvel em Negociação – Rodrigo Abreu esclarece investidores

Na teleconferência de apresentação de resultados do 1T2023, realizada no passado dia 15, Rodrigo Abreu respondeu a questões dos analistas e investidores. Detalhamos aqui duas questões com respostas que trouxeram novidades relevantes.

Bancos podem ser obrigados a aceitar Plano de RJ

Respondendo a uma questão levantada por um investidor, com respeito à negociação com os bancos credores, Rodrigo Abreu esclareceu o contexto e a situação da negociação com credores financeiros.

Os credores financeiros podem ser divididos em três categorias: detentores de Bonds 2025 (Bonds Qualificados), ECA’s (Export Credit Agencies) e Bancos Locais. A dívida financeira está repartida, sensivelmente, em 1/3 com cada uma destas categorias de credores (imagem abaixo). Segundo esclareceu Rodrigo Abreu, as conversas continuam com os três grupos de credores, no entanto, a negociação avançou mais com os detentores de bonds 2025 e os ECA’s, com quem a empresa chegou a um acordo em março. Os bancos ficaram fora desse acordo.

Em: Release de Resultados Oi 1T2023 – página 12.

Para aprovação do plano será necessário o apoio da maioria dos credores representativos dos créditos quirografários de classe 3, ou seja, mesmo sem o apoio dos bancos o plano poderá ser aprovado, uma vez que, os credores Bonds 2025 e ECA’s representam mais de metade dos créditos desta classe.

Rodrigo Abreu informou ainda que o acordo de suporte à reestruturação continua em discussão com os dois grupos de credores com os quais já existe acordo, portanto, sem os bancos.

Oi Móvel – R$ 1,5 bilhões em Negociação Direta fora da Arbitragem

Outra questão levantada por um investidor foi relativa à venda da Oi Móvel, quanto ao status e à expectativa em torno do valor referente à parcela final que não foi paga pelos compradores – Vivo, Claro e TIM.

Recordamos que a unidade móvel da Oi foi vendida às três operadoras por R$ 16,5 bilhões, mas antes do pagamento da última parcela prevista, com o montante de R$ 1,5 bilhão, as compradoras retiveram o pagamento argumentando que a Oi não cumpriu com as obrigações previstas em contrato. Com esse argumento, as operadoras defenderam a redução do valor de venda em R$ 3,18 bilhões, ou seja, demandam uma redução ainda maior do que o valor da parcela em dívida.

Segundo Rodrigo Abreu, o objetivo da companhia é recuperar a maior parcela possível do valor retido – R$ 1,5 bilhão. Esse valor está acautelado junto ao juiz de RJ e, apesar de vários apelos judiciais do trio de compradores (Vivo, claro e TIM) para liberação do depósito judicial, em decisão do passado dia 13, esse valor vai continuar depositado em juízo.

O processo de arbitragem para decisão com relação a esse valor prossegue, estando atualmente na fase de formação do painel arbitral, porém, Rodrigo Abreu divulgou que não afasta a possibilidade de um acordo direto com o trio de compradores, fora da arbitragem, caso se chegue a um entendimento com condições satisfatórias. Isso permitiria trazer uma liquidez mais imediata à Oi, evitando aguardar pelo final da arbitragem que poderá durar entre 18 a 24 meses.

As duas vias de negociação, o processo arbitral e a negociação direta, prosseguem em paralelo. Com o valor retido pelo tribunal, acreditamos que todas as partes teriam vantagem em chegar rapidamente a um acordo, uma vez que, as compradoras foram já obrigadas a desembolsar esse montante.

Este processo já se arrasta desde 19 de setembro de 2022, quando a Oi informou ao mercado, através de um fato relevante, que as compradoras haviam retido a parcela em dívida. Nessa data, a Oi comunicou ainda que “discorda veementemente do Valor do Ajuste Pós-Fechamento pelas Compradoras, e entende que o cálculo do Valor do Ajuste Pós-Fechamento pelas Compradoras apresenta erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados”.

Outras Questões de Investidores e Analistas

O áudio da teleconferência está disponível no site de RI da Oi.

Na teleconferência, Rodrigo Abreu respondeu a questões de vários investidores e analistas. Para que possa acompanhar mais facilmente as questões colocadas e as respostas, enumeramos abaixo as questões colocadas com o tempo correspondente no áudio e o tema questionado:

  • [0:19:45] Lucas Chavez (UBS BB Analyst) – Capex/Working Capital;
  • [0:25:05] Ismail – Acordo Anatel migração concessão;
  • [0:29:30] Guilherme Borges (investidor individual – Canal Youtube Investir Sempre) – Conversão de dívida em capital;
  • [0:34:00] Luiz Barsi (Barsi Investimentos) – venda V.tal;
  • [0:39:03] Nuno Fonseca (investidor individual) – Negociação Oi Móvel;
  • [0:41:25] Nuno Fonseca (investidor individual) – Negociação bancos credores;
  • [0:44:38] Renato Cintra (Unity Capital) – Negociação V.tal/Globenet venda de cobre.

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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