Briga na Oi: Os argumentos de cada lado para ganhar o voto dos acionistas

A briga pelo controle do conselho de administração da Oi vai ter o seu “duelo” no próximo dia 6 de março, data da assembleia geral extraordinária de acionistas. De um lado teremos Victor Adler – Tempo Capital, acionista que solicita a destituição do atual conselho e propõe uma nova chapa, do outro, o atual conselho de administração liderado por Rodrigo Abreu.

Ambos comunicaram ao mercado os seus argumentos. A Oi considera ter sido tratada de maneira equivocada e injusta. Victor Adler considera que o resultado apresentado pelo atual conselho é insatisfatório.

Oi: O processo de recuperação não está completo e precisa de ações adicionais

A Oi publicou uma press release, em 15 de fevereiro, indicando pretender esclarecer pontos que considera estarem sendo tratados de maneira equivocada e injusta sobre o seu processo de reestruturação.

No texto, a Oi refere que o plano de recuperação “incluiu complexos processos de vendas de ativos, redução de custos e, ao mesmo tempo, a criação de uma das maiores empresas e base de usuários de fibra ótica do mundo, com a V.tal e o serviço Oi Fibra, além da reconhecida posição da Oi Soluções no provimento de soluções de TIC para grandes empresas do país.”.

Segundo a companhia, o processo de recuperação não está completo e precisa de ações adicionais, responsabilizando condições exógenas e não controláveis em qualquer plano de longo prazo, como a deterioração do ambiente macroeconômico, o declínio em ritmo acelerado das receitas de telefonia fixa e impactos de obrigações do passado. Reforça ainda que os dois principais problemas que a companhia tem de endereçar são a restruturação da dívida (em discussão com os credores) e a necessidade de equacionamento de sua deficitária concessão de telefonia fixa (para a qual a Oi abriu procedimento arbitral).

Concluem referindo acreditar estar construindo uma empresa viável, equilibrando entre a resolução de temas do passado e o desenvolvimento da Nova Oi com sua estratégia focada na fibra, serviços digitais e experiência dos clientes.

Acesse aqui o Press Release da Oi

Tempo Capital: O valor de mercado da Oi era de R$ 10,4 bilhões em 2021 sendo atualmente inferior a R$ 1 bilhão

No dia 16 de fevereiro, a Tempo Capital Principal Fundo de Investimentos justificou a sua ação através de um comunicado onde apela à Aprovação das suas propostas pelos acionistas. Conforme referem, o atual conselho de administração apresenta um resultado insatisfatório em relação a um aspecto fundamental de sua atribuição: gerar valor para a companhia e seus stakeholders.

A Tempo Capital lembra que em 2021 o valor de mercado da Oi era de R$ 10,4 bilhões, sendo atualmente inferior a R$ 1 bilhão (cálculo em 14-2-2023). Descreve ainda que apesar de fatores que fogem ao controlo da administração, como ineficiências regulatórias e a deterioração de alguns mercados, outros fatores estavam entre as suas atribuições e não foram bem endereçados pelo atual conselho: redução de custos, desequilibrio da estrutura de capital, adequação à capacidade de geração de caixa e geração de novas receitas.

As deficiências na comunicação com o mercado são outra frustração apontada pela Tempo Capital. Apontam o atual momento crítico para a Oi, com a iminência de uma segunda recuperação judicial e a falta de um projeto claro de reestruturação financeira, com o risco da companhia entregar os seus últimos ativos de qualidade em troca de uma sobrevida. Segundo apontam, a chapa indicada é formada por profissionais respeitados e independentes e terá condições de apoiar a recuperação da Oi.

Acesse aqui o comunicado da Tempo Capital

Nota: As informações publicadas são opiniões, interpretações e estimativas, podem não ser exatas ou corretas e não devem ser tomadas em conta para qualquer ação ou decisão de investimento. As informações oficiais devem ser procuradas junto da empresa e das autoridades competentes.


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